Divulgação. © Toei Animation / Bandai Namco Entertainment
Quando paramos para pensar em Digimon, nossa memória nos leva ao final dos anos 90, com a primeira temporada do anime protagonizada por Tai e Agumon. Em uma época onde a internet começava a engatinhar e tudo que envolvia novas tecnologias parecia futurístico e encantador, Digimon surgiu com a proposta de um mundo moderno possível. No anime, podíamos ouvir termos como Ilha Arquivo ou Continente Sever, que ainda não eram comuns no nosso vocabulário, e nos faziam achar tudo aquilo absurdamente frente ao nosso tempo, mágico.
As temporadas subsequentes mantiveram a mesma temática do Mundo Digital, porém, perderam aquele encanto da primeira. A internet estava ali, acessível em nossas mãos, e o campo virtual agora apenas nos remetia a um mundo impossível. A fórmula chegou ao seu ápice do desgaste com Digimon Xros Wars (Digimon Fusion), que foi um fracasso no Japão, e principalmente fora dele, tanto que a Saban Brands, distribuidora norte-americana que trabalhou até então com todas as temporadas do anime, decidiu largar a saga quase que na metade. E agora, poderá abandonar a franquia ou viver de prequelas da primeira.
Aparentemente, um dos propulsores para a criação de uma nova série, foi o sucesso estrondoso de Yo-Kai Watch no Japão. O anime de bichinhos colecionáveis é um sucesso comercial, e febre entre as crianças. A Bandai, que divide a marca Digimon com a Toei Animation, também é responsável por alguns brinquedos dos youkais, e viu seu lucro aumentar com o sucesso desses, encontrando nesse nicho uma mina de ouro. Por que não colocar uma franquia própria para rivalizar com a franquia da Level-5 e faturar ainda mais?
A partir daí, eles se depararam com um novo problema. Como fazer Digimon ser interessante para os dias atuais? A reposta veio nos smartphones, que hoje representam o principal aparelho utilizado para acessar a internet. A proposta de Digimon Universe: Appli Monsters (título da nova temporada), foi criar a mesma sensação futurista que a primeira. Desta vez, os monstrinhos são criaturas que vivem em aplicativos, dentro da internet, e são responsáveis por fazer tudo funcionar, chamados de Appmon. Por algum motivo desconhecido, eles foram infectados por um vírus, e começaram a apresentar um mau funcionamento, se tornando um risco iminente, tanto para o mundo humano, quanto para o da internet. Como forma de resolver esse problema, algumas crianças receberam um aparelho chamado Appli Drive, que tem o poder de materializar os Appmon no mundo real, e assim evitarem catástrofes.
Os Appmon são uma excelente forma dos envolvidos pela produção (Bandai, Namco Bandai, Toei Animation, TV Tokyo e Shonen Jump) faturarem com produtos direcionados as crianças. Porém, é mais um lixo comercial que não tem outro objetivo por trás disso. O primeiro episódio, apresentado na semana passada no Japão, trouxe uma histórica fraca, com personagens caricatos, vozes irritantes e animação sofrível, que mistura 2D com um CG 3D. Apesar de ainda ser cedo para falar, o anime não trouxe nenhum protagonista carismatico, como o Ash de Pokémon, ou uma história engraçada ou interessante, como as de Yo-kai Watch. Cada episódio provavelmente servirá como forma de divulgar cada Appmon e suas milhões de combinações possíveis, dessa forma gerando cada vez mais produtos nas lojas.
Se isso dará certo? Provavelmente sim. O número de empresas envolvidas é grande, e possuem grande apelo popular. Porém, será mais uma porcaria que pode ter até conquistar uma popularidade considerável, mas que tem poucas chances de se manter no mercado por muito tempo.
O que você está achou de Digimon Universe: Appli Monsters?
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